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quinta-feira, 27 de junho de 2013

O Estado Brasileiro: gênese, crise, alternativas.


De: Carlos Nelson Coutinho



1943-2012
            O autor realiza uma incursão histórica acerca da formação do Estado brasileiro se apropriando, para nortear a discussão, de três paradigmas. O primeiro é o conceito de “via prussiana”, formulado por Lenin, o segundo é o de “revolução passiva” como proposto por Gramsci e, por último, o de “modernização conservadora”, de Moore Jr.

            Segundo Coutinho, o paradigma denominado de via prussiana sinaliza um tipo de transição ao capitalismo que guarda ainda características da antiga ordem e nesse sentido prevê o fortalecimento do poder do Estado. A expressão “revolução passiva” refere-se aos movimentos que ocorrem com a acomodação de elementos da fração moderna e antiga das classes dominantes, visando, nesse processo de transformação, eliminar a participação da camada popular na sociedade.  O conceito de modernização conservadora, embora diferencie os caminhos seguidos por Lenin e Gramsci vale-se de algumas de suas características e explicar a conformação de elementos pré-capitalistas, do poder latifundiário na constituição da burguesia industrial em detrimento da associação às classes populares.

              O autor afirma que a formação política social do Estado brasileiro se deu, sobretudo, a partir da década de 1930, ingressando assim na modernidade com a expansão do modelo capitalista de produção industrial. Nessa perspectiva, ressalta o protagonismo do Estado burguês na consolidação da noção de modernização e desenvolvimento econômico.

               Enfim, o texto revela a especificidade histórica do processo de desenvolvimento da nação brasileira que, diferente de outros países como EUA, se efetivou sob a força dos governos na condução da propostas e projetos que a constituiram. Isso implica evidenciar que  o período tratado foi muito mais representado pela dominação das classes dirigentes na elaboração e definição das políticas, atendendo aos seus interesses, do que pela participação das massas e suas necessidades. O Estado, então, atuava para atender as demandas do setor privado, da burguesia industrial que se afirmava.

Questões para pensarmos:  

1. É importante explicitar melhor os três paradigmas nos quais Coutinho apoia sua discussão.
2. O texto é muito rico conceitualmente, vale ampliar a leitura de Gramsci e seus conceitos de hegemonia, dominantes e dirigentes.
3. Tratar da força do Estado na constituição da nação e os desdobramentos de sua ação.
4. Discutir a ideia do Estado sendo tratado como propriedade privada.
5. Como se dava o paradoxo entre o real e o legal na crise do "pacto populista"?


Grupo de Estudo História da Educação




O grupo foi constituído por alunos do mestrado e doutorado em educação, da UFG, a partir das reflexões realizadas nas aulas da disciplina Educação Brasileira. A condução das aulas pelas professoras Maria Margarida Machado e Miriam Fábia Alves tem sido intelectualmente provocativa e instigante o que levou seus alunos a desejarem aprofundar seus conhecimentos acerca do tema. Para essa finalidade, organizamos um grupo - o Grupo de Estudos História da Educação - GEHED - que funciona semanalmente nas dependências da Faculdade de Educação da UFG e é aberto a todos que sejam curiosos, apaixonados ou interessados pela História da Educação no Brasil. Ainda, construímos mais um espaço formativo e de participação no qual se busca a construção do conhecimento e estender o debate para além dos muros da Universidade. 

Esperamos sua visita aqui , no blog, e em nosso grupo de estudos.  

Sejam todos bem-vindos!

* Em breve divulgaremos a agenda de reuniões.